Família Tchian

No coração da China, na efervescente região de Wuhan, o jovem casal Tchian Iang Ching e Jean Ke Si vivia da terra, plantando arroz em meio a um cenário de profunda instabilidade. Nos turbulentos anos que se seguiram, a região de Wuhan se tornou um epicentro de conflitos e incerteza, forçando-os a tomar uma decisão dolorosa: deixar tudo para trás. Com esperança no futuro, eles partiram em direção ao oeste, buscando um novo lar.

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A primeira parada foi a Rússia, onde a luta pela sobrevivência os levou a descobrir um novo ofício. Sem recursos, aprenderam a transformar delicadas folhas de papel de seda em vibrantes enfeites, que vendiam nas ruas para acumular cada moeda necessária para prosseguir. A arte de criar beleza a partir da simplicidade se tornou o alicerce de sua jornada, financiada pelo trabalho incansável e a persistência.

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A travessia continuou pelo vasto continente asiático, até chegarem à Síria.

De lá, embarcaram rumo à Europa, com a França como destino. Na França, o sonho de uma vida nova ganhou um nome: a Argentina, um país próspero e cheio de oportunidades na distante América do Sul. A bordo do navio, a rota do destino, contudo, mudou de forma inesperada. Um surto de conjuntivite obrigou a embarcação a atracar no porto do Rio de Janeiro, onde todos foram submetidos a uma quarentena.

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Foi ali, em solo brasileiro, que o casal Tchian Iang Ching e Jean Ke Si, com seus filhos, incluindo o recém-nascido José Fernandes Tchian — que viera ao mundo na travessia entre a França e o Brasil — decidiram fincar raízes. A quarentena no Rio não foi apenas uma pausa na viagem, mas o ponto final e o início de um novo capítulo. José Fernandes, o terceiro filho do casal, cresceria para assumir a liderança dos negócios da família, dando continuidade a uma história marcada pela coragem, resiliência e a busca por um novo horizonte.